Na Paraíba, a fábrica têxtil está ampliando o cultivo de algodão colorido orgânico em São Bento e municípios vizinhos. O quilombo Terra Nova é uma das áreas escolhidas para aumentar a colheita e com isso ampliar a oferta de redes, mantas, tapetes e cortinas distribuídos para todo o país e exportados para a América, Europa, Ásia e África. A ação é parte do programa da empresa para contribuir com o Arranjo Produtivo Local.
A Santa Luzia Redes e Decoração sempre plantou o seu próprio algodão colorido orgânico em parceria com os agricultores do assentamento Maria Margarida Alves, em Juarez Távora. Agora inclui a comunidade tradicional em São Bento, Brejo do Cruz e de Paulista. “No assentamento rural em Juarez Távora, a produção é feita por um grupo de empresas em área de aproximadamente 15 hectares. Agora estamos plantando 20 hectares e produzindo na nossa própria cidade e no entorno, onde a empresa atua desde 1986”, confirma Armando Dantas, CEO da empresa.
O objetivo do plantio é dobrar a produção em 2020 para atender à crescente demanda de mercado. Os produtos da linha Casa e Decoração de algodão colorido orgânico responde a uma demanda por produtos éticos e sustentáveis.
Os acessórios e utilitários desenvolvidos pela empresa envolvem responsabilidade ambiental, social e econômica.
O compromisso social da Santa Luzia Redes e Decoração vai além da remuneração justa pelo quilo do algodão colorido orgânico. O plantio é feito por meio de contrato de compra garantida e o valor pago pelo quilo do algodão está entre os mais altos do mercado. A fibra do algodão colorido foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Algodão. Esta matéria-prima contribui para o desenvolvimento da economia do campo por meio da agricultura familiar e sem impacto ambiental.
A pluma do algodão já nasce com as cores que vão do bege ao marrom, sem tingimentos e sem uso de defensivos químicos.
Além disso, como o cultivo não é irrigado e o tecido não é tingido, gera economia de 87,5% de água na cadeia produtiva — do campo ao produto acabado. Por isso, este algodão agroecológico é cobiçado no mercado nacional e internacional”, explica Dantas. Além disso, a cadeia produtiva insere as mulheres artesãs das comunidades.
O programa de expansão da produção do algodão naturalmente colorido da Santa Luzia Redes e Decoração visa resgatar a vocação rural da região e da comunidade quilombola*, que já plantou algodão no passado. A Paraíba – no chamado ciclo do Ouro Branco — liderou a produção nacional de algodão competindo com o mercado internacional. Dantas esclarece que a chamada ‘Praga do Bicudo’ acabou com o protagonismo do Estado e levou os agricultores a cultivo de outros insumos, menos valorizados.
Apoio da prefeitura e outras instituições para dinamizar o Arranjo Produtivo Local
Para viabilizar o plantio na comunidade quilombola e em outras áreas, as prefeituras enviaram tratores para o preparo do solo para receber as sementes. Houve também a supervisão de Geraldo Bonifácio, da Empaer. De acordo com Dantas, na entressafra, os agricultores da comunidade deverão plantar ainda milho, feijão e batata doce. O feijão, por exemplo, serve para a alimentação, mas não gera renda porque o valor de mercado para a venda é baixo, portanto, não garante a sustentabilidade das comunidades.
Com esta iniciativa, o compromisso da Santa Luzia Redes e Decoração é que o algodão colorido volte a garantir renda digna para as famílias vivam em paz e sejam protagonistas das suas próprias histórias no campo.
*Quilombolas são habitantes de quilombos, um fenômeno típico das Américas. Os quilombos são vilas de descendentes de negros escravizados. Há quilombos em comunidades rurais e urbanas e são caracterizadas pela agricultura de subsistência e por manifestações culturais que têm forte vínculo com o passado africano. Há 30 quilombos na Paraíba. No Brasil, já são mais de 1200 quilombos certificados.