O algodão colorido foi declarado patrimônio cultural imaterial da Paraíba

Mais um selo para qualificar o algodão, aumentando ainda mais a reputação da matéria-prima usada pela Santa Luzia Redes e Decoração.

A lei publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em junho de 2022, reconhece a importância histórica, cultural e econômica do algodão colorido para o estado nordestino. O autor da lei, deputado estadual Chió (Rede), destacou que “o cultivo de algodão colorido recuperou a economia do interior do estado da Paraíba, desde a agricultura familiar, até as associações de tecelões que usam essa fibra para produzir peças artesanais”.

A Santa Luzia Redes e Decoração faz parte deste processo de recuperação do algodão na Paraíba. Desta forma, comemora que a recente Declaração de Patrimônio Cultural venha se somar a uma conquista anterior que foi o selo de Indicação Geográfica (IG) para o Algodão Colorido da Paraíba pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2012.

Armando Dantas, CEO da Santa Luzia, explica que estas indicações são importantes para a rastreabilidade do algodão da Paraíba, sobretudo, porque há outros estados do Brasil plantando o algodão colorido. Ele destaca que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão) com sede em Campina Grande-PB, levou duas décadas para tornar o algodão viável na indústria. “Isso porque a espécie sempre esteve na natureza, mas a fibra curta impedia que o algodão pudesse ser transformado em fios para a indústria têxtil”.

Recuperando a cultura e a memória do Estado

A Paraíba foi referência em algodão no passado. Na década de 1940 era o estado brasileiro que mais produzia algodão no país. O “ouro branco” foi o motor propulsor do desenvolvimento de vários municípios por meio da atividade agrária. Nos anos 80, o algodão foi dizimado pela praga do bicudo. O inseto destruiu as plantações levando pequenos agricultores e fazendeiros para a falência, causando um grande êxodo rural. Quem ficou, instalou dentro de si um verdadeiro trauma e resistência em plantar algodão.

“Com a Santa Luzia, o algodão é plantado pelos agricultores com contrato de compra garantida”, explica. Isso foi uma virada de chave. Assim, com o compromisso de compra, o algodão tem se expandido pelos campos com um crescimento de 675% de 2006 a 2022. “Hoje os agricultores nos procuram querendo cultivar e a atividade agrícola tem atraído jovens para o campo”, diz.

O algodão colorido trouxe a Paraíba de volta ao mapa do algodão do país — com o diferencial de um produto orgânico, de cultivo agroecológico e sustentável.

Do ponto de vista comercial, com estes dois “selos” a Santa Luzia Redes e Decoração consegue aumentar seu valor agregado no mercado internacional. Isso porque, os clientes europeus dão muita atenção para estas denominações. Existem três tipos de regimes de qualidade na União Europeia que são usados para produtos com origem agrícola como vinhos, azeites, entre outros: Denominações de Origem Protegidas (DOP), Indicações Geográficas Protegidas (IGP) e indicações geográficas (IG). Na Europa, muitos produtos culturais têm essas certificações que garantem reputação. Isso porque porque os “selos” protegem os nomes dos produtos. O mais importante: é um atestado de qualidade mostrando que existe uma relação entre a origem e a qualidade do produto.

A Certificação Indicação Geográfica e a mais recente Declaração de Patrimônio Cultural e Imaterial para o algodão colorido da Paraíba, ajudam a reconhecer a luta para tornar o Estado referência em algodão agroecológico no Brasil. “São muitos agentes públicos e privados trabalhando duro por quase duas décadas para o desenvolvimento do algodão e da expansão do cultivo nas regiões do semiárido”, ressalta o CEO.

Desde o desenvolvimento da semente pela Embrapa e a capacitação de técnicos e de agricultores pela Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária – EMPAER, até as tecelagens transformarem estes fios em produtos — como a Santa Luzia faz –, é preciso que o algodão colorido esteja realmente atrelado à identidade cultural e econômica do estado. “Precisamos garantir este reconhecimento para os paraibanos, sobretudo para o orgulho dos trabalhadores rurais”, finaliza Dantas.

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