Algodão da Paraíba vai impulsionar desenvolvimento econômico em Itatuba

O dia 17 de abril tornou-se um marco para a Santa Luzia Redes e Decoração. A empresa, representada pelo diretor executivo Armando Dantas, participou do evento oficial do resgate da cultura da plantação de algodão no Projeto Agrovila Águas de Acauã, localizada na zona rural do município de Itatuba, no Agreste paraibano, a 116 quilômetros da capital João Pessoa. Neste dia, Dantas apresentou à comunidade a oportunidade do cultivo do algodão agroecológico com contrato de compra garantida ao valor de R$ 5,00 por quilo (em rama) para os agricultores.

O Projeto Agrovila Águas de Acauã é considerado uma reparação histórica às famílias que foram impactadas pela barragem Argemiro de Figueiredo (Barragem de Acauã) que inundou a região provocando a migração. “Estamos aqui para comemorar a conquista da comunidade em seu direito de voltar a produzir em sua própria terra. Queremos propor uma parceria com os agricultores para que recebam um dos melhores pagamentos por quilo de algodão agroecológico do país”, declarou o diretor da Santa Luzia.

Segurança alimentar e sustentabilidade econômica

Osvaldo Bernardo, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), à frente do reassentamento da comunidade no Projeto Agrovila, em Itatuba, disse que a comunidade, no início, resistiu à proposta de plantar algodão. “A gente estava focado em plantar comida porque nosso objetivo sempre foi garantir soberania alimentar”. No entanto, após a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer-PB) informar que o cultivo do algodão agrológico é consorciado com outros alimentos como milho e feijão, ele e a comunidade comemoraram mais uma nova possibilidade de evolução econômica. “A cultura do algodão será feita com contrato de compra garantida pela Santa Luzia. O empresário veio falar conosco e demonstrou bastante conhecimento da região. Desta forma, seguros e motivados, já iniciamos os trabalhos”, disse o coordenador.

O processo de plantio de 20 hectares de algodão branco agroecológico está em curso. O corte de terra já foi realizado. A ação feita com trator fornecido pela prefeitura de Itatuba descompactou o solo para o lançamento das sementes do algodão agroecológico, cultivado sem uso de defensivos químicos. O campo foi semeado em 17 de maio. A previsão é de colheita de 20 toneladas de algodão de agosto a setembro.

Depois de beneficiado, o algodão será transformado em fios e tecidos que se tornarão redes, mantas, almofadas, entre outros produtos têxteis decorativos da Santa Luzia, empresa com sede em São Bento, também na Paraíba.

Paulo Emílio Souza, gerente regional da Empaer Itabaiana-PB, instituição que que capacita tecnicamente os agricultores para o manejo, confirmou que o algodão é a melhor opção para a comunidade do Projeto Agrovila Águas de Acauã. “Além de ser agroecológico, essência da comunidade, o cultivo vai gerar segurança alimentar para as famílias”, disse. Na Agrovila, os agricultores estão atentos para aprender sobre o manejo do algodão agroecológico e estão unidos e com fé no futuro na Agrovila. “A agrovila é a realização de um sonho. Sabemos que teremos uma vida melhor, com garantia de trabalho e de sustento”, falou a agricultora Maria José Bernardo.

Algodão para o desenvolvimento econômico local

O Projeto Agrovila Águas de Acauã foi viabilizado comoresultado da luta do MAB em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública da Paraíba (DPE/PB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Governo da Paraíba. A Agrovila tem apoio do Governo do Estado, a exemplo da secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, da secretaria da Agricultura, da Infraestrutura e Recursos Hídricos e da Companhia Estadual de Habitação Popular. Envolve também a Secretaria da Agricultura Familiar (Empaer e Procase) e Embrapa, Sebrae e Senai, além de toda uma rede de diálogos sobre o tema, que incluiu parcerias e ações privadas, como as da indústria têxtil Santa Luzia Redes e Decoração.

Para o diretor da Santa Luzia, o Projeto do algodão Paraíba agroecológico na Agrovila é um resgate cultural, sobretudo uma ação de inclusão social que traz dignidade, oportunidade e uma nova proposta de vida para as famílias que almejam terem a independência através do próprio empenho e suor. “Para mim esse momento é uma grande realização como ser humano. Agradeço a Deus por todas as bênçãos. Esta é uma das nossas missões — expandir o cultivo em parceria com os agricultores. Ou seja, o que era um sonho, vem se concretizando e com ações cada vez mais fortalecidas”, disse Dantas.

O executivo se refere às parcerias com os agricultores familiares da Paraíba nas cidades de São Bento, Brejo da Cruz, Belém de Brejo do Cruz, São José de Brejo do Cruz, Catolé do Rocha, Brejo dos Santos, Itabaiana, Riachão do Bacamarte, Gurinhém, Juarez Távora e Nova Floresta. Além disso, também é parceiro no Rio Grande do Norte nas cidades de Vera Cruz, Jandaíra e Pedro Avelino.

Para Gidelson Ferreira dos Santos, secretário municipal de Itatuba, o algodão deve retomar sua relevância cultural e econômica no Estado já que, no início da década de 40, a região era o segundo maior produtor da Paraíba — o maior do agreste –, superado apenas por Patos. “O cultivo do algodão vai impulsionar a economia local”. O prefeito de Itatuba, Josmar Lacerda Martins, ressaltou a importância do algodão para o município. “Economicamente falando, nossos agricultores terão mais uma fonte de renda para complementar o seu custo de vida, tendo em vista que as culturas do milho e feijão são primárias, e a cultura do algodão é secundária, estendendo a renda do agricultor por mais tempo”, disse.

Jefferson Ferreira de Moraes, engenheiro agrônomo e atual diretor de assistência técnica e extensão rural da Empaer, complementa que o maior desafio da agricultura familiar é implementar novas tecnologia e soluções em gestão. Ele defende que, para ir além, é importante aumentar a produtividade e a comercialização. “É preciso ações de políticas públicas para que a produção de alimentos excedentes, também agroecológicos, sejam vendidos com alto valor agregado”. O diretor disse que a inovação tecnológica e capacitação contínua podem ajudar a garantir maior produção com menos esforço físico. Em consequência, atrair a envolver a juventude na agricultura familiar.

Em conclusão, o reassentamento das famílias na Agrovila e a proposta de compra garantida do algodão agroecológico aumentaram ainda mais a expectativa para um futuro melhor. Adriana Nunes Barbosa de Araújo já tem claro o seu objetivo com a nova vida: gerar renda e poupar dinheiro com a atividade agrícola. “Nunca plantei algodão antes, mas conheço a história da riqueza que esta cultura trouxe para a nossa região no passado”, comemorou.

Sobre o Projeto Agrovila Águas de Acauã

O projeto da Agrovila é considerado uma reparação histórica às famílias que foram impactadas pela barragem Argemiro de Figueiredo (Barragem de Acauã). Em 14 de junho de 1999, o governo federal e o governo do Estado iniciaram a construção da barragem, no rio Paraíba, divisa entre os municípios de Aroeiras, Itatuba e Natuba. A obra foi concluída em agosto de 2002. 

A construção da barragem provocou o deslocamento de aproximadamente 4,5 mil pessoas (cerca de 800 famílias) que viviam às margens do rio de onde tiravam o seu sustento, mas ficaram embaixo d’água. “Perderam suas terras, casas, trabalhos, laços de apoio e de solidariedade”, declara o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), coordenado por Osvaldo Bernardo.

As águas inundaram completamente seis povoados: Pedro Velho, Riachão, Cajá, Costa e Melancia, todas no município de Itatuba. A comunidade do Costa, sendo a de maior vulnerabilidade social, foi priorizada no Projeto Agrovila Águas de Acauã. Haverá construção de 100 casas com abastecimento de água, além de toda uma estrutura como escola, campo de futebol, Unidade Básica de Saúde (UBS), praça e centro religioso. Tudo para uso coletivo da associação dos moradores e dos produtores rurais.

Para saber mais sobre o caso, o documentário O Canto de Acauã, disponível no Youtube, relata os problemas enfrentados pelas comunidades ribeirinhas depois da construção da Barragem de Acauã.

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